domingo, 14 de março de 2010

Página Introdução do Livro de Mórmon


Boa noite caros irmãos e amigos do blog, o artigo de hoje é sobre uma mudança, quase recente, observação datada de 2007, na página de Introdução do Livro de Mórmon(atribuída a Bruce R. McConkie em 1981) e que até o presente momento, não encontrei alguma citação e ou declaração oficial por parte da Igreja em relação ao assunto, mas antes de chegar ao cerne da questão, eis uma breve explicação sobre do que se trata o Livro de Mórmon para aqueles que não sabem o que ele é ou o que ele significa para os SUD (Santos dos Últimos Dias) que são os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias:


O Livro de Mórmon é um livro de registros de profetas antigos, dando conta dos antigos habitantes da Américas, reconhecido pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias como escritura sagrada, é um relato de algumas nações que viveram nos continentes americanos. Uma veio de Jerusalém no ano 600 a.C. com o profeta Lehi e sua família que viveu nos tempos do profeta Jeremias da Bíblia e posteriormente se dividiu em duas nações, conhecidas como os nefitas e os lamanitas. A 'outra' veio muito antes, quando o Senhor confundiu as línguas na Torre de Babel. Este grupo é conhecido como jareditas. É conhecido como contendo a plenitude do evangelho de Jesus Cristo. O Livro de Mórmon fala sobre a visita de Jesus Cristo ao povo das Américas, logo após Sua ressurreição.


Joseph Smith, guiado por um anjo chamado Moroni, encontrou as placas de ouro, nas quais o livro havia sido escrito e posteriormente o traduziu para o inglês pelo dom e poder de Deus. Ele disse que o livro "é o mais correto que existe sobre a face da Terra e a pedra angular de nossa religião e [que] um homem pode se aproximar mais de Deus observando os seus preceitos do que pelos de qualquer outro livro." (History of the Church, 4:461)

Fechado este parêntese, em minhas leituras do Livro de Mórmon, ao observar a página de Introdução e comparando com o texto atual disponibilizado pelo site oficial da Igreja, me deparei com a seguinte questão:

                                      INTRODUÇÃO
O Livro de Mórmon é um volume de escrituras sagradas comparável à Bíblia. É um registro da comunicação de Deus com os antigos habitantes das Américas e contém a plenitude do evangelho eterno.
O livro foi escrito por muitos profetas antigos, pelo espírito de profecia e revelação. Suas palavras, escritas em placas de ouro, foram citadas e resumidas por um profeta-historiador chamado Mórmon. O registro contém um relato de duas grandes civilizações. Uma veio de Jerusalém no ano 600 a.C. e posteriormente se dividiu em duas nações, conhecidas como nefitas e lamanitas. A outra veio muito antes, quando o Senhor confundiu as línguas na Torre de Babel. Este grupo é conhecido como jareditas. Milhares de anos depois, foram todos destruídos, exceto os lamanitas, que são os principais antepassados dos índios americanos. (trecho da página introdução datado de 2001)

Logo na edição mais recente, disponibilizada no site oficial da Igreja encontramos:

"...Milhares de anos depois, foram todos destruídos, exceto os lamanitas, que estão entre os antepassados dos índios americanos." (página introdução datado de 2010)

A mudança veio de “são os principais antepassados” para “que estão entre os antepassados

De acordo com Doutrina & Convênios 28 o Senhor através de Joseph Smith recebeu uma revelação aonde mencionava os Lamanitas nos versículos 8 e 9: "E agora, eis que eu te digo que irás aos lamanitas para pregar-lhes meu evangelho; e se aceitarem os teus ensinamentos, estabelecerás entre eles a minha igreja; e receberás revelações, mas não as escreverás como mandamentos.

  9 E agora, eis que te digo que não foi revelado e nenhum homem sabe onde será construída a cidade de Sião, mas será revelado mais tarde. Eis que te digo que será nas fronteiras, próximo aos lamanitas."
Pesquisando também pela net, para buscar compreender a posição da Igreja em relação aos índios americanos=lamanitas encontrei um artigo datado de 08 de novembro de 2007 do jornal Salt Lake Tribune que comenta:

"Muitos Mórmons, incluindo vários Presidentes da Igreja, ensinaram que as Américas foram largamente habitada pelos povos do Livro de Mórmon.

Uma proclamação do quórum dos doze apóstolos datada de 06 de abril de 1845

"Nós também prestamos testemunho de que os "Índios" (assim chamados), do Norte e da América do Sul são um remanescente das tribos de Israel, como agora se manifesta com a descoberta e revelação de seus oráculos antigos e registros."

Em 1971, o Presidente da Igreja Spencer W. Kimball disse que Lehi, o patriarca da família, foi "o antepassado de todos os índios e tribos mestiças do Norte e do Sul e América Central e nas ilhas do mar.”
...

“O termo 'Lamanita' inclui todos os índios e misturas indígenas, como os polinésios, os guatemaltecos, peruanos, bem como o dos Sioux, os Apache, os Mohawk, os Navajo, e outros. É um grupo grande de grandes pessoas. ” (Ensign, July, 1971 - Of Royal Blood (President Spencer W. Kimball, Acting President of the Council of the Twelve

Em adição, Spencer W.Kimball sobre os habitantes das ilhas do mar:

"Vocês polinésios do Pacífico são chamados de Samoanos ou Maori, Taitianos ou Havaianos, de acordo com suas ilhas. Provavelmente há 60 milhões de vocês sobre os dois continentes e nas ilhas do Pacífico, todas relacionadas por laços de sangue. O Senhor lhes chama Lamanitas, um nome que tem um toque agradável, entre aqueles dentre as maiores pessoas que já viveram na face da terra foram chamados. Em um sentido restrito, o nome significa os descendentes de Laman e Lemuel, filhos de seu primeiro pai americano, Lehi, mas vocês sem dúvida, possuem também o sangue dos outros filhos, Sam, Néfi, e Jacó. E vocês provavelmente tem um pouco de sangue judeu de Muleque, filho de Zedequias, rei de Judá. O nome Lamanita distingue dos outros povos. Não é um nome de escárnio ou constrangimento, mas um dos quais se deve ter muito orgulho. " (Os Ensinamentos de Spencer W. Kimball, p.596, SLC:Bookcraft 1982)

Após testar o DNA de mais de 12.000 índios, porém, a maioria dos pesquisadores concluíram que os primeiros habitantes do continente vieram da Ásia através do Estreito de Bering, e não foi encontrado nenhum traço de hebreus.

A grande questão é, com esta mudança, a Igreja estaria de uma certa forma "admitindo" que as teorias científicas sobre a colonização das Américas têm algum elemento de verdade nelas, se partirmos do princípio de que os atuais testes de DNA revelaram que os índios presentes nas Americas atualmente têm relação com a Sibéria? Bom aguardemos alguma pronunciação oficial da Igreja.

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1 comments:

Investigadora disse...

Prezado Flauber

Tenho uma pequena coleção de livros on-line em
http://investigacoessud.blogspot.com/2009/11/livros-on-line.html

Caso queira aproveitar algum deles para colocar na sua lista de livros, fique à vontade.

Abs

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