sexta-feira, 30 de julho de 2010

A lei da adoção - parte 2



Para Joseph Smith, a exaltação no reino celestial dependia da obediência a todos os mandamentos e o recebimento de todas as ordenanças do evangelho. Conforme tentei esboçar na primeira parte deste artigo, entre tais mandamentos e ordenanças estava a inclusão do indivíduo numa família, a qual seria formada pelos vínculos do matrimônio (homem e mulher) e da adoção (homem a homem). Esses dois tipos de selamento, em suma, deveriam ligar os santos mais fiéis em uma única família, a família de Deus, tendo Joseph Smith como um elo entre a divindade e os santos, estabelecendo na mortalidade a única estrutura que existiria na eternidade. Orson Pratt lembra o seguinte fato sobre a organização familiar futura:

Quem serão os súditos sobre os quais reinarão aqueles que forem exaltados no Reino Celestial de nosso Deus? Eles reinarão sobre os filhos do próximo? Oh, não. Sobre quem então irão reinar? Seus próprios filhos, sua própria posteridade serão os cidadãos de seus reinos; em outras palavras, a ordem patriarcal prevalecerá até as infinitas eras da eternidade, e os filhos de cada patriarca serão seus enquanto as eternidades passam. (Journal of Discourses 15:319-320)


Pelo selamento da adoção, um homem adulto era inserido na família de outro homem adulto, estabelecendo entre eles uma relação de pai e filho que deveria se prolongar pelas eternidades. Introduzida aparentemente em 1842 a um grupo chamado Quórum dos Ungidos, a lei da adoção ainda marcaria a experiência mórmon de modo mais explícito.[1]


O êxodo para o oeste e a lei da adoção

Foi essa organização familiar, construída através dos convênios da lei de adoção e do casamento patriarcal, que esteve à frente do êxodo de Nauvoo para as Montanhas Rochosas, através das companhias que conduziram a Igreja de Jesus Cristo para o futuro território de Deseret, hoje Utah. Não foi gratuitamente que a organização do êxodo foi chamada em uma revelação de "Acampamento de Israel" (D&C 136:1). "Israel" não evocava uma estrutura apostólica, mas uma organização patriarcal, familiar, tribal, a qual os pioneiros queriam restaurar. [2]

Os dois relatos abaixo, de John D. Lee e Wilford Woodruff respectivamente, mostram como os grupos que deixariam Nauvoo rumo ao oeste foram organizados por critérios familiares, em que a lei da adoção estava presente:

No inverno de 1845, reuniões foram realizadas em toda a cidade de Nauvoo, e o espírito de Elias foi ensinado nas diferentes famílias como o fundamento para a ordem do casamento celestial, bem como a lei da adoção. (Life of John D. Lee, p.165)

Eu, Wilford Woodruff, organizei minha companhia familiar esta noite na minha casa, consistindo de 40 homens, a maioria chefes de família. Aqueles que se uniram a mim entraram em um convênio com mãos levantadas ao céu de manter todos os mandamentos e estatutos do Senhor nosso Deus e me apoiar em meu ofício.

Este foi um dia importante na História da Igreja em um aspecto. O Presidente Brigham Young reuniu-se com sua companhia ou organização familiar ou aqueles que foram adotados a ele ou iriam ser e os organizou em uma companhia da qual poderá crescer um povo que pode ser chamado de a tribo de Brigham Young. (...) E eles entraram em um convênio com mãos levantadas ao Céu com o Presidente Young e uns com os outros para caminhar em todas as ordenanças e mandamentos do Senhor nosso Deus. (Wilford Woodruff’s Journal, Vol. 3, p.119) [3]


A lei da adoção e o casamento plural que haviam sido introduzidos pelo profeta aos membros do Quórum dos Ungidos e do Conselho dos 50, agora eram praticados de maneira mais aberta após o assassinato de Joseph e Hyrum Smith., dando uma nova colaração à igreja que buscava uma terra de refúgio no oeste do continente. Esses dois princípios seriam publicamente enfatizados e institucionalizados durante a liderança de Brigham Young em Winter Quarters ("Acampamentpo de Inverno") e depois no oeste. É em Winter Quarters que Brigham Young relata ter uma visão em que Joseph Smith lhe aparece e o instrui sobre os princípios de adoção. [4] Como observado por Gordon Irving,

(…) enquanto o selamento era uma doutrina aceita em 1844, os santos em geral tiveram pouca oportunidade de se familiarizarem em termos práticos com a doutrina do selamento antes da morte de Joseph Smith. ( Gordon Irving. The Law of Adoption: One Phase of the Development of the Mormon Concept of Salvation, 1830-1900. BYU Studies, n. 3, Spring 1974)


Uma vez que os selamentos não estavam reservados apenas aos vivos, devendo incluir os que estavam do outro lado do véu, além de buscar um pai digno que estivesse na linhagem do sacerdócio, um homem deveria ser também um elo para que seus próprios antepassados já falecidos pudessem entrar na família. Os antepassados – homens e mulheres - deveriam ser por salvos através do batismo e demais ordenanças realizadas no templo e então adotados como posteridade.

Aquele que na vida mortal realizava a ordenança salvava aquele que a recebia no mundo pós-mortal, tendo por isso que presidir sobre quem salvasse. Joseph Smith se referiu ao conceito de ser um salvador e presidir futuramente sobre aqueles para quem o trabalho do templo é realizado:

Use de um pouco de inteligência e sele todos os que puder e quando chegar ao céu diga a seu pai que o que você sela na terra será selado no céu. Eu passarei o portão do céu e reivindicarei o que eu selo e os que seguem a mim e a meu conselho. (Teachings of the prophet Joseph Smith, p. 340)


Este é talvez um dos sentidos com que Brigham Young referiu-se a Joseph Smith como um deus - tendo sido um elo entre o homem e a divindade para que seus seguidores fossem adotados à família de deus e salvassem seus ancestrais, Joseph se tornara um salvador ou deus para seu povo:

Se vocês descobrirem quem Joseph era, saberão tanto sobre Deus quanto precisam no presente; pois ele disse: "Eu sou um Deus para este povo". (Journal of Discourses 4:271) [5]



"Nossos mortos"

Através da lei da adoção, era dado aos santos o privilégio de tornarem salvadores de seus próprios antepassados. A afirmação de que "eles, sem nós, não podem ser aperfeiçoados – nem podemos nós, sem nossos mortos, ser aperfeiçoados" [3], recebia uma interpretação diferente da que tem hoje na atual teologia sud: os antepassados precisavam de um salvador que recebesse as ordenanças a seu favor e que se tornaria um elo para adentrarem a família ou reino de Deus. Estes antepassados redimidos pelas ordenanças do evangelho (caso as aceitassem) seriam então parte da posteridade daqueles que trabalharam por sua salvação.

Sobre o trabalho pelos mortos, ele [Joseph Smith] disse que na ressurreição aqueles por quem se havia trabalhado cairiam aos pés dos que haviam realizado o trabalho por eles, beijariam seus pés, abraçariam seus joelhos e manifestariam a mais grandiosa gratidão. Não entendemos que bênção essas ordenanças são para eles. (Horace Cummings, citado por N.B. Lundwall, The Vision, p. 141)


Até 1894, o trabalho de redenção dos ancestrais já mortos, ao contrário do que é realizado atualmente nos templos da Igreja sud, requeria que estes fossem adotados como posteridade daquele que realizava tal trabalho, o qual se tornava um salvador no Monte Sião:

(...) se eu tiver um pai falecido que nunca ouviu este evangelho, seria de mim requerido redimi-lo e então tê-lo adotado na família de algum homem e eu adotado a meu pai? Respondo que não. Se temos que realizar as ordenanças de redenção para nossos familiares mortos, então nos tornamos seus Salvadores; e se tivéssemos que esperar para redimir nossos parentes falecidos antes de poder nos ligar à corrente do Sacerdócio, nunca conseguiríamos. (Manuscript sermons of Brigham Young, 1:76)


O selamento entre as gerações, entre mortos e vivos, não precisava reproduzir a sequência de nascimentos; ao contrário, os antepassados se tornavam filhos e filhas, a posteridade daquele que os redimia através da obra vicária no templo. A adoção, portanto, tinha um duplo aspecto: o homem era ligado à família real de Deus e Seu Filho, através de Joseph Smith, sendo selado a ele ou a outro homem que já estive selado à sua família, qualificando-se, então, para servir como um elo nessa corrente para seus próprios ancestrais, os quais eram adotados a ele.


Adoção dos ancestrais interrompida

Muitos santos dos últimos dias não estavam contentes com a lei da adoção e a maneira como influenciava a obra de salvação dos seus mortos. No final do séc. XIX, antes de interromper completamente a adoção de ancestrais falecidos como posteridade dos membros vivos, a Igreja já havia deixado aos presidentes de templo a decisão sobre como instruir os membros nessa questão, de forma que muitos santos já estavam sendo selados a seus pais biológicos falecidos, mesmo quando estes não haviam sido membros durante a vida mortal. O descontentamento com a lei da adoção era partilhado por parte das autoridades gerais, incluindo Wilford Woodruff, terceiro presidente da Igreja.

A lei da adoção que havia nascido ao lado do casamento celestial plural, tinha agora seu fim logo após o Manifesto de 1890. Em 1894, Woodruff, decidiu que a ordem de selamentos dos ancestrais deveria ser revertida, seguindo a ordem natural e cronológica da árvore familiar. Assim como no caso do Manifesto, não houve o registro de uma revelação que corroborasse a decisão tomada, embora houvesse, em ambos os casos, a alusão a revelações divinas.

A decisão de Wilford Woodruff deixou, à época, as ordenanças vicárias mais semelhantes ao que é realizado hoje nos templos sud. A nova diretriz foi proclamada por Woodruff na conferência de abril de 1894:

(...) o dever que quero que todo homem que preside um templo veja realizado deste dia em diante e para sempre, a não ser que o Senhor Todo Poderoso ordene em contrário, é que todo homem seja adotado a seu próprio pai. (...)


No entanto, apesar de interromper a prática dos membros serem adotados a um outro membro vivo, Wilford Woodruff ensinou que o princípio de adoção a cabeça da dispensação deveria ser mantido, selando o último ancestral encontrado na história da família a Joseph Smith:

Queremos que todos os santos dos últimos dias tracem suas genealogias até onde puderem e sejam selados a seus pais e mães. (...) Quando chegar ao fim, deixe o último homem ser selado a Joseph Smith, que permanece à cabeça desta dispensação. (James R. Clarck (org.), Messages of the first Presidency, 3:256; ênfase nossa)


Também os critérios de dignidade não poderiam ser postos de lado, de acordo com a nova diretriz. Woodruff, na mesma mensagem, fala do caso de homicidas que porventura alguém pudesse encontrar na sua genealogia:

"Mas," alguém diz, "suponha que cheguemos a um homem que talvez seja um assassino". Bem, se ele é um assassino, deixe-o de lado e conecte-se com o próximo homem depois dele. Mas o Espírito de Deus estará conosco nesta matéria. (ibidem)


Nesses dois últimos pontos, temos uma diferença em relação à atual obra vicária sud, uma vez que a adoção a Joseph Smith ou outra pessoa fora da linhagem familiar é impossível e nenhum critério de dignidade pessoal é mais aplicado aos mortos. [66] Infelizmente, ainda não pude determinar quando a prática de adoção a Joseph Smith foi totalmente abandonada. [7]

Sob a presidência de Wilford Woodruff, entre 1889 e 1898, a Igreja viveu um período de profundas mudanças que alterariam para sempre a igreja estabelecida por Joseph Smith. Sob a pressão do governo norte-americano, a Igreja se viu no limite da existência tanto legal quanto física, onde os aspectos econômico, político e social de Sião foram atacados diretamente, de forma que abdicar da Ordem Unida, do governo teocrático e do casamento plural foi o preço pago pela americanização de Utah. [8]

Diferentemente do casamento plural, a lei da adoção era bem menos conhecida do público norte-americano e, com certeza, bem menos chocante. No entanto, as palavras de Woodruff parecem sugerir um elo entre a adoção e um passado recente que a Igreja tentava abandonar. Falando sobre as distorções que a lei da adoção havia sofrido desde o início, o presidente Woodruff faz referência a John D. Lee, o único membro da Igreja penalizado pelo massacre de Mountain Meadows, ocorrido em 1857:

(...) um homem saia por Nauvoo pedindo a todo homem que pudesse, "se você for adotado a mim, eu vou estar à cabeça do reino e você estará lá comigo". Agora, qual a verdade sobre isso? Aqueles que foram adotados aquele homem, se forem com ele, terão que ir aonde ele está. Ele foi um participante naquele terrível episódio – o massacre de Mountain Meadow [sic]. (idem)


A seguir, Woodruff passa a defender Brigham Young, afirmando que este não teve envolvimento algum nos episódios de 11 de setembro de 1857. Chama a atenção o fato do nome de Lee não ser pronunciado por Woodruff; tampouco é mencionada sua condição como filho adotivo de Brigham Young - o fato referido é que outros homens haviam sido adotados a Lee. [9] Tendo relembrado John D. Lee - executado 17 anos antes - como um exemplo do potencial perigo a que se submeteram os que se selaram a ele, o presidente Woodruff diz que

Homens estão a perigo às vezes ao serem adotados a outros, até saberem quem eles são e o que farão. [10]



O fim de uma era

Enquanto o Manifesto de 1890 não findou totalmente a prática do casamento plural na Igreja sud, colocando-a de volta à esfera não-pública, como nos dias de Nauvoo, a mudança na ordem de selamentos dos mortos e o fim do selamento de um homem vivo a outro não encontraram uma resistência semelhante que fizesse com que a lei original da adoção sobrevivesse tal como os selamentos plurais após 1890. As distorções do princípio de adoção e a conseqüente disputa de status entre membros, as dúvidas doutrinárias sobre o princípio, a impopularidade do mesmo entre membros em geral e algumas das autoridades gerais, entre outros fatores, formaram um contexto propício para que a adoção iniciada em Nauvoo fosse abandonada durante a era de conciliação com a sociedade americana que Wilford Wodruff estabeleceu.

Tendo sido um dos princípios pelo qual o êxodo para o oeste fora organizado, a lei da adoção estava também relacionada à tentativa de sair dos EUA e estabelecer uma nova nação independente para os santos dos últimos dias. Em seu discurso de conferência, a alusão ao episódio de Mountain Meadows e o nome não pronunciado de John D. Lee podem sugerir essa forte associação concebida por Wilford Woodruff entre a adoção e o passado recente da Igreja. Woodruff sentia a necessidade de colocar a Igreja numa situação segura, longe dos atritos com os EUA, suas turbas e governo, que ele e seu povo haviam vivido por tanto tempo. Havia também uma nova geração de membros da Igreja que desejavam a americanização do território e, talvez, uma Igreja menos exclusivista e menos presentes nos aspectos familiares. Afinal, Utah era um novo estado americano e deveria estar em paz com o povo americano, abraçando também parte de sua moral e costumes.

Do ponto-de-vista da história mórmon, a lei da adoção se revela um tópico ainda pouco explorado, parte em função da pouca documentação disponível sobre seus primórdios e seu ocaso. Mas permanece como uma forte expressão da ênfase patriarcal e familiar deixada por Joseph Smith durante seus últimos anos de vida. Com o fim da Ordem Unida, do casamento plural e da adoção, bem como o abandono de pretensões teocráticas, o aspecto apostólico acabou por sobrepujar o aspecto patriarcal na teologia sud, fazendo com que a Igreja hoje pregue e pratique apenas uma parte do mormonismo desenvolvido em Nauvoo.


* A foto que ilustra este artigo é do templo de St George, o primeiro templo construído em Utah, dedicado em 06 de abril de 1877.


NOTAS

1 Não há registro conhecido de uma revelação escrita sobre a lei da adoção, tampouco quando os primeiros selamentos desse tipo foram realizados pela primeira vez. A maioria dos historiadores concorda, no entanto, com o ano de 1842 como o início da prática. A instituição da prática em 1842 seguiu o início dos selamentos de mulheres a seu esposo, em 1841 (sendo o primeiro selamento registrado o de Louisa Beaman ao profeta Joseph Smith em abril daquele ano), e a administração da investidura (em maio de 1842).

2 Durante o despertar religioso nos EUA do século XIX, não eram poucos os grupos que buscavam um retorno à pureza da igreja cristã primitiva; porém, o primitivismo mórmon buscava muito além da igreja neo-testamentária, indo até o passado israelita e os patriarcas de tempos imemoriais.

Enquanto a autoridade necessária para a restauração da ordem apostólica havia sido recebida de três personagens do Novo Testamento – Pedro, Tiago e João - em junho de 1830 (D&C 27:12; 128:20), chaves pertencentes à ordem patriarcal foram outorgadas, em abril de 1836, por outros três personagens relacionados ao Velho Testamento - Moisés e Elias, o profeta (em inglês, “Elijah”) e um terceiro mensageiro (também chamado de “Elias” na tradução brasileira de Doutrina e Convênios; em inglês, “Elias”) representando a autoridade de Abraão (D&C 110). (Ainda que a identidade de Elias não seja claramente estabelecida, baseado em uma possível relação com D&C 27:6-7, é especulado que esse Elias possa ser Noé.) Mereceria mais atenção a relação entre a restauração dessas chaves a Joseph Smith e Oliver Cowdery no templo de Kirtland e o estabelecimento das ordenanças em Nauvoo.

3 Comparar com a revelação em Doutrina e Convênios 136:4.

4 Manuscript history of Brigham Young, Feb. 23, 1847; Fred Collier. Unpublished revelations, p. 106-107.

5 Talvez Joseph tivesse em mente um paralelo entre si e Moisés na passagem de Êxodo 4:16, quando o Senhor fala a Moisés: "E ele [Aarão] falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca , e tu lhe serás por Deus". Para Joseph, ambos – Moisés e ele próprio – eram não penas profetas que falavam em nome de Deus mas cabeças de dispensação, o que lhes dava uma dimensão ainda maior no plano divino.

6 Atualmente, na Igreja sud, embora o batismo de um homicida não seja permitido em vida sem a aprovação da Primeira Presidência, o mesmo não se aplica às ordenanças vicárias. Mesmo que um membro se depare com o nome de um antepassado que tenha cometido homicídio, não há orientação para que o batismo no templo não seja realizado ou o indivíduo em questão não seja incluído nos selamentos entre as gerações da família.

7 A publicação História da igreja na plenitude dos tempos, usada como manual de estudo do Instituto de Religião, dá a entender que o princípio de adoção foi totalmente abandonado a partir de 1894, sem citar o fato de que a adoção de um membro da família a Joseph Smith fazia parte da nova política (p. 446-447). Tampouco Gordon Irving discute o fato em seu artigo The Law of Adoption: One Phase of the Development of the Mormon Concept of Salvation, 1830-1900, publicado no periódico BYU Studies em 1974.

8 Para o sentimento dos santos dos últimos dias sobre os EUA antes do estabelecimento de Utah, ver o artigo A viagem do navio Brooklyn, de Kent Larsen.

9 Em abril de 1961, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze se reuniram para discutir o status de membro de John D. Lee, executado por um pelotão de fuzilamento em 1877 por causa de seu envolvimento no massacre ocorrido 20 anos antes. Foi decidido que Lee deveria ter sua condição de membro e suas bênçãos restauradas. As ordenanças foram então realizadas no mês seguinte no templo de Salt Lake. Juanita Brooks. The Mountain Meadows massacre, p. 223; David L. Bigler. Forgotten kingdom: the Mormon theocracy in the American West (1847-1896), p. 179.

10 Apesar de sugerir que o selamento (ou adoção) aos próprios ancestrais mortos seja mais seguro, o presidente Woodruff aqui não aplica aos mortos o mesmo raciocínio sobre "ir aonde eles estiverem", desconsiderando o fato de que sua trajetória mortal é em muitos casos desconhecida dos seus descendentes. Tampouco ele desenvolve o tema da validade ou não do selamento, ou sua dependência da integridade dos indivíduos envolvidos.

3 comments:

Edgar Silva disse...

Excelente artigo com que nos brindaste António, muito obrigado.

Antônio Trevisan Teixeira disse...

Acrescentei à nota 2 do artigo o seguinte trcho:

"Enquanto a autoridade necessária para a restauração da ordem apostólica havia sido recebida de três personagens do Novo Testamento – Pedro, Tiago e João - em junho de 1830 (D&C 27:12; 128:20), chaves pertencentes à ordem patriarcal foram outorgadas, em abril de 1836, por outros três personagens relacionados ao Velho Testamento - Moisés e Elias, o profeta (em inglês, “Elijah”) e um terceiro mensageiro (também chamado de “Elias” na tradução brasileira de Doutrina e Convênios; em inglês, “Elias”) representando a autoridade de Abraão (D&C 110). (Ainda que a identidade de Elias não seja claramente estabelecida, baseado em uma possível relação com D&C 27:6-7, é especulado que esse Elias possa ser Noé.) Mereceria mais atenção a relação entre a restauração dessas chaves a Joseph Smith e Oliver Cowdery no templo de Kirtland e o estabelecimento das ordenanças em Nauvoo."

Talvez um dos pontos importantes que não me dei ao trabalho de discutir é como os desenvolvimentos em Kirtland vão levar à instituição de novas ordenanças e a revelação de novas doutrinas em Nauvoo.

Antônio Trevisan Teixeira disse...

Edgar,

que bom que gostaste. Espero que algum possa ser encontrado no texto.

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