sexta-feira, 20 de maio de 2011

Porque as pessoas se afastam (parte final)


Agora algumas considerações àqueles que decidiram por se afastar da Igreja

-A perfeição ou a falta de maiores defeitos é o que determina uma afiliação à um grupo ou a um relacionamento? 

Digamos que você deixe a Igreja mórmon amanhã, você acredita que irá encontrar uma igreja melhor? De verdade? Um igreja que não tenha no curso de sua existência grandes questões a serem discutidas? E não é apenas na igreja, você pode dizer algum governo no mundo que não tenha tido/ tenha maiores defeitos ou fraquezas? Isso significaria que deveríamos deixar nossas nacionalidades? Ou então uma empresa ou companhia que não tenham maiores problemas ou penalidades, deixaríamos de trabalhar lá? Ou ainda poderíamos trazer esta conversa para o campo da família ou casamento. Perfeição é algo muito difícil de se encontrar neste mundo ou ainda a ausência de maiores defeitos é mais difícil ainda de se encontrar. Quero dizer, que se nos segurarmos demais nesta expectativa de apenas nos afiliarmos a alguma instituição que não tenha maiores inperfeições não nos tornaríamos uma ilha?

-Será que não teríamos a responsabilidade de tornar as coisas ao nosso redor melhores vs. arrumar as malas e largar tudo? Eu tenho a tendência de acreditar que sim. Existem muitas pessoas na igreja hoje em dia que sofrem com este dilema há muitos anos, em silêncio, incapazes de largar, mas não se sentindo bem em ficar ao mesmo tempo e estas pessoas de verdade, precisam de ajuda, precisam de amigos, precisam de exemplos também. E simplesmente arrumar as malar e sair só acaba por deixar estas pessoas mais miseráveis e tristes.

-Existem exemplos de vida, quero que saibam que existem muitas pessoas que conhecem todas estas difíceis questões, não as explicam usando apologética má, mas ao invés disso se mantêm fiéis. Isto não quer dizer que você tenha que os seguir, mas você tem que saber que existem muitos que sabem muito mais que você mas decidiram que é bom e certo ficar. Isto é algo para se pensar. Exs: Sunstone, Dialogue, FAIR, FARMS, Bloggernacle,etc

-Esqueça o “verdadeiro”... considere o “bom”. 

Ex. A única verdadeira, apenas um. Eu consideraria que não existe nada de errado em pensar que, é a igreja boa? É positiva? É boa para você e sua família? O que traz a você e a seus entes queridos mais felicidade? Estas são algumas das perguntas que deva considerar.

-Veja a Igreja como um lugar para servir, creio seja importante olharmos por este aspecto de não apenas ajudarmos a nós mesmos, mas oportunidades de poder servir ao nosso próximo. Como eu poderia estreitar laços de amizade em minha comunidade se eu ficasse apenas em casa. A Igreja é um lugar maravilhoso pra saber quem terá um bebê e poder preparar uma celebração ou uma refeição. Quem está doente e precisa uma visita para ser confortado. Como ajudar outras pessoas depois de algum desastre. Quem precisa de algum conforto ou palavra amiga para lidar com nossos filhos adolescentes que passem por algum problema. Talvez você precisou de alguma atenção dos membros da Igreja em algum momento de desespero na sua vida, vivendo em comunidade com este grupo.

-Você pode ser mórmon sob seu próprio ponto de vista. Não há nada de errado nisto, o que eu quero dizer com isto é que alguns dos princípios a algumas das doutrinas você segue com todo o seu coração e para outras você apenas diz: -Isto não é para mim! Não vou seguir isso, ou vou seguir isso de uma forma moderada. Porque na realidade cada um é mórmon sob os seus próprios termos, nenhum de nós segue à risca, preceito por preceito todos os ensinamentos e mandamentos da Igreja perfeitamente. Desde que nenhum de nós atinge a perfeição, não há nada de errado em admitir que somos imperfeitos e seguir as coisas que conseguimos e nos sentimos bem a respeito e deixamos para trás as coisas que não seguimos.

Espero que esta apresentação possam de alguma maneira ter sido útil, para vocês que tem entes queridos que estão saindo ou já saíram da igreja, eu sugiro que os deixe e possam seguir algumas destas idéias que eu exponho aqui quando forem lidar com eles. 

E para àqueles que estão deixando ou fora da igreja, sigam me conselho de buscar a felicidade, a alegria, mas certifiquem-se de que não tragam consigo tristeza, infelicidade e mágoas.
Encontrem formas de servir ao próximo porque este é um dos motivos que estamos nesta vida, ajudar e servir ao nosso próximo e encontrar felicidade e alegria em nosso relacionamento pessoal com nossa família e nossa comunidade. 

Obrigado por terem me acompanhado e sinta-se a vontade para me enviar um e-mail para o mormonstories@gmail.com ou visitar o meu blog em mormonstories.org

5 comments:

Anônimo disse...

Gostei muito do artigo, sou nascida e criada na igreja e tive experiências espirituais significativas. Aprendi com o tempo que o mais importante é vivermos o evangelho e principalmente, servir ao próximo, sem esquecer da importância de se desenvolver um relacionamento pessoal com Deus. É isso que ensino a meus filhos. Como diz o artigo, sem dúvida é uma boa igreja, um bom lugar para servir e adorar a Deus. Gosto de dar aulas e fazer as visitas de professora visitante. Apesar dos erros do passado, ainda vale a pena...

Anônimo disse...

Também gostei muito do artigo
Porém gostaria de saber como vocês conseguem ensinar as coisas que sabemos não serem verdadeiras ou conflituosas nas aulas de domingo, no seminário e instituto. Essa questão ainda não consegui resolver,por isso tenho ido somente as reuniões sacramentais.

Leonel D'Ávila disse...

Acho meio tola essa idéia do autor de "seja mórmon ao seu próprio gosto". Todos nós que crescemos na Igreja sabemos que não é assim que a coisa funciona. Há muitas pressões sociais para seguir um determinado comportamento tido como o correto (pais, amigos, líderes) - quando você se desvia dele ou 1) tem que viver uma espécie de "vida dupla", ou 2) é duramente repreendido e sofre uma série de sanções eclesiásticas que acabam repercutindo na sua vida social (afinal, a vida de um mórmon se estrutura a partir das relações construídas dentro da comunidade eclesiástica).

Leonel D'Ávila disse...

Tentando responder para o Anônimo que perguntou como conseguimos ensinar coisas que sabemos que não são verdadeiras. Bem, já recebi designações como professor na minha Ala e isto não chegou a ser um problema. Penso que o autor quis deixar claro que a questão não é tão simples quanto parece: as coisas não são preto ou branco. Existem muitas respostas/argumentos possíveis para muitas (senão a maioria) dessas críticas. Não chega a ser um motivo para deixar a religião. Afinal de contas, se a intenção for a honestidade intelectual, dificilmente aceitaríamos a Bíblia como um livro sagrado (ver Barth D. Ehrman, por exemplo). Existe muitas coisas nela que não podem ser "provadas cientificamente". Duvido que sequer o Cristianismo permaneceria de pé. Como provar cientificamente, por exemplo, o nascimento virginal, os milagres de Cristo, a ressurreição, a ascenção corpórea - só pra ficar no básico. Nenhum desse fatos da religião é corrobarado pela História. Existem mesmo quem negue a existência de Jesus Cristo.

Na minha opinião, tudo depende do espírito com o qual você acolhe a crítica. Se ela te dá a oportunidade de repensar aspectos que pareciam inquestionáveis ou muito bem resolvidos, ela é benéfica. Mas se, pelo contrário, sua disposição é má, aquilo vai acabar se tornando uma pedra de tropeço.

mormonismo disse...

Tu blog es muy bueno, y creo que enseñar es necesario siempre, si algo no sabemos debemos enseñarlo igual, pero testificar hasta que lo sepamos por nosotros mismos

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